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http://bdtd.uftm.edu.br/handle/123456789/1300
Tipo: | Tese |
Título: | Enterococcus ssp. de origem clínica e ambiental: perfil de sensibilidade aos antimicrobianos, fatores de virulência e caracterização molecular |
Autor(es): | CORREA, Fábio Ederson Lopes |
Primeiro Orientador: | OLIVEIRA, Adriana Gonçalves de |
Resumo: | Os enterococos são encontrados na microbiota intestinal de seres humanos e de outros animais, no solo, água, plantas, vegetais e alimentos. Todavia, nas últimas décadas esses microrganismos têm se destacado como agentes de infecções hospitalares devido a sua resistência intrínseca e adquirida aos diversos antimicrobianos. O uso inadequado de antimicrobianos na agropecuária contribui para o surgimento de isolados multirresistentes no meio ambiente os quais podem ser transmitidos aos seres humanos. O objetivo do presente estudo foi investigar a presença de espécies de enterococos em diferentes amostras não-clínicas (alimentos, animais, água e esgoto) e caracterizá-las quanto ao perfil de sensibilidade aos antimicrobianos e fatores de virulência. Foi investigado também se isolados de Enterococcus faecalis penicilina-resistente/ampicilinasensível (EFPRAS), que foram previamente obtidos de seres humanos, encontram-se disseminados no meio ambiente e se eles seriam geneticamente semelhantes. Amostras de diversas fontes não clínicas (alimentos, água, fezes de animais, esgoto) foram cultivadas para isolamento de enterococos. Os isolados foram identificados fenotipicamente em espécies e submetidos aos testes de sensibilidade a antimicrobianos (diluição em caldo e disco difusão) de acordo com o CLSI (Clinical and Laboratory Standards Institute). Foi feita a pesquisa da produção de gelatinase e hemolisinas. Isolados da espécie E. faecalis foram ainda comparados geneticamente pela técnica de PFGE (eletroforese em campo pulsado) com isolados clínicos obtidos previamente de pacientes do hospital de clínicas da UFTM. Foi feita a detecção do gene aac(6’)-Ie/aph(2”)-Ia, que confere alto nível de resistência à gentamicina (HLRG). As espécies mais prevalentes em amostras não clínicas de origem vegetal foram E. casseliflavus (28,6%) e E. faecalis (19,0%), mas, dentre as de origem animal foram E. faecalis (26,2%) e E. faecium (23,8%). Foi observada alta prevalência de resistência a eritromicina, tetraciclina, norfloxacina e ciprofloxacina. Dentre os isolados não clínicos de E. faecalis, 3 (2,9%) eram EFPRAS; todos foram obtidos do esgoto hospitalar e apresentaram HLGR. A prevalência de E. faecalis produtor de gelatinase de origem não clínica (50,5%) e clínica (55,8%) foi semelhante, porém, a produção de hemolisinas foi maior entre os de origem não clínica (63,5%) do que entre os de origem clínica (2,8%). Os E. faecalis submetidos ao PFGE (n=31) foram classificados em 19 pulsotipos (A-S). Os isolados de EFPRAS testados obtidos do esgoto (n=3) e de pacientes (n=4) foram classificados no mesmo pulsotipo. Um isolado de EFPRAS obtido do esgoto do hospital, o qual foi submetido ao MLST (tipagem por sequenciamento de multilocus), foi englobado no CC9 (complexo clonal), que é comumente encontrado em isolados hospitalares. Apesar da diversidade de espécies do gênero Enterococcus, as espécies mais prevalentes em amostras clínicas, ou seja, E. faecalis e E. faecium, também foram as espécies predominantes em amostras não clínicas. Muitos isolados de E. faecalis de origem não clínica apresentaram resistência a diferentes antimicrobianos, no entanto, isolados apresentando o fenótipo incomum de resistência à penicilina parecem ser restritos ao ambiente hospitalar. Os resultados do presente estudo ressaltam a necessidade de tratamento do esgoto hospitalar a fim de evitar que microrganismos multirresistentes oriundos do ambiente hospitalar sejam disseminados para o meio ambiente. |
Abstract: | Enterococci are found in the intestinal microbiota of humans and other animals, in soil, water, plants, vegetables and food. However, in recent decades these microorganisms have been highlighted as agents of nosocomial infections due to their intrinsic and acquired resistance to various antimicrobials. Inadequate use of antimicrobials in agriculture contributes to the emergence of multiresistant isolates in the environment that can be transmitted to humans. The aim of the present study was to investigate the presence of enterococci species in different nonclinical samples (food, animals, water and sewage) and to characterize them for antimicrobial susceptibility profile and virulence factors. It was also investigated whether isolates of penicillin-resistant /ampicillin-sensitive Enterococcus faecalis (PRASEF), which were previously obtained from humans, are widespread in the environment and whether they would be genetically similar. Samples from a variety of nonclinical sources (food, water, animal feces, sewage) were grown for enterococcal isolation. Isolates were phenotypically identified in species and subjected to antimicrobial susceptibility testing (broth dilution and disc diffusion) according to the CLSI (Clinical and Laboratory Standards Institute). Research was made into the production of gelatinase and hemolysins. Isolates of the E. faecalis species were further compared genetically by the PFGE technique (pulsed field electrophoresis) with clinical isolates previously obtained from patients of the UFTM clinic hospital. The aac(6’)-Ie/aph(2”)- Ia gene that confers high-level resistance to gentamicin (HLRG) was detected by PCR. The most prevalent species in non-clinical samples of plant origin were E. casseliflavus (28.6%) and E. faecalis (19.0%), but among those of animal origin were E. faecalis (26.2%) and E. faecium (23.8%). It was observed high prevalence of resistance to erythromycin, tetracycline, ciprofloxacin and norfloxacin. Among the non-clinical isolates of E. faecalis, 3 (2.9%) were PRASEF; all of them were recovered from the hospital sewage and presented HLGR. The prevalence of non-clinical (50.5%) and clinical (55.8%) gelatinase-producing E. faecalis was similar, but hemolysin production was higher among non-clinical (63.5%). than among those of clinical origin (2.8%). E. faecalis submitted to PFGE (n = 31) were classified into 19 pulsotypes (A-S). The tested PRASEF isolates obtained from sewage (n = 3) and from patients (n = 4) were classified in the same pulsotype. One PRASEF isolate recovered from the hospital sewage was submitted to MLST (multilocus sequencing typing) and was encompassed into the CC9 (clonal complex), which is common among in isolates from hospitals. Despite the diversity of species of the genus Enterococcus, the most prevalent species in clinical samples, E. faecalis and E. faecium, were also the predominant species in non-clinical samples. Many E. faecalis isolates of nonclinical origin showed resistance to different antimicrobials; however, isolates presenting the unusual phenotype of penicillin resistance appear to be restricted to the hospital environment. The results of the present study highlight the need for treatment of hospital sewage in order to prevent multidrug resistant microorganisms of hospital origin from spreading to the environment. |
Palavras-chave: | Enterococcus. PFGE. Alimentos. Resistência a antimicrobianos. Fatores de virulência. HLGR. Enterococcus. PFGE. Foods. Antimicrobial resistance. Virulence Factors. HLGR. |
CNPq: | CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVA::EPIDEMIOLOGIA |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Editor: | Universidade Federal do Triângulo Mineiro |
Sigla da Instituição: | UFTM |
metadata.dc.publisher.department: | Instituto de Ciências da Saúde - ICS::Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde |
metadata.dc.publisher.program: | Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde |
Tipo de Acesso: | Acesso Aberto |
URI: | http://bdtd.uftm.edu.br/handle/123456789/1300 |
Data do documento: | 13-Nov-2019 |
Aparece nas coleções: | Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde |
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