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http://bdtd.uftm.edu.br/handle/123456789/1708
Tipo: | Tese |
Título: | Comunicação em saúde junto a crianças: perspectiva de enfermeiros/enfermeiras do Programa Saúde na Escola |
Autor(es): | MOREIRA, Kellen Campos Castro |
Primeiro Orientador: | GOULART, Bethania Ferreira |
Resumo: | A criança encontra-se em um período de vida, vivenciado em grande parte na escola, de intenso desenvolvimento e muito promissor para a promoção de estilos de vida saudáveis. Enfermeiros/enfermeiras no Brasil, atuam na escola, desde o final do século XIX, modificando a abordagem comunicacional ao longo da história. Destaca-se o Programa Saúde na Escola, o qual visa promover a saúde integral das crianças e preconiza a comunicação humanizada; centrada no indivíduo; em parceria com a família e a escola; fundamentada no diálogo, na interação social, no respeito, na compreensão, cujo ensino-aprendizagem gere movimento voluntário para adoção de hábitos saudáveis, promotor de saúde e qualidade de vida, bem como preventivo de doenças. Comunicação é uma competência de enfermeiros/enfermeiras utilizada no trabalho em saúde, elo entre educação e saúde e com dimensões variadas. Como referencial teórico, fundamentou-se em pressupostos do agir comunicativo, de Jürgen Habermas. Desse modo, esta pesquisa teve como objetivo analisar a comunicação em saúde com crianças na escola, segundo a percepção de enfermeiros/enfermeiras da Estratégia Saúde da Família que realizam ações vinculadas ao Programa Saúde na Escola. É um estudo descritivo, com abordagem qualitativa, realizado em um município do Triângulo Mineiro, com 29 enfermeiros/enfermeiras. Para a coleta de dados foram realizadas entrevistas semiestruturadas guiadas por um roteiro validado, áudio gravadas e transcritas na íntegra. A primeira pergunta direcionou-se à coleta dos significados e as perguntas dois e três buscaram levantar os Incidentes Críticos, como técnica de coleta de dados primários. A análise de dados fundamentou-se em análise de conteúdo. Para os(as) entrevistados(as), tem-se como significados da comunicação em saúde, uma tecnologia leve materializada na assistência à saúde, emissão de comunicados e trabalho em equipe. Das entrevistas, emergiram 28 situações, das quais 18 (64,4%) receberam referências negativas e 10 (35,5%) positivas; 274 comportamentos, sendo 201 (73,4%) positivos e 73 (26,6%) negativos; além de 35 consequências que receberam 28 (80,0%) positivas e sete (20,0%) negativas. As referências positivas indicam aspectos que facilitam a comunicação em saúde e as negativas, aqueles que dificultam. Foram considerados facilitadores da comunicação em saúde o uso do lúdico e o processo de trabalho em equipe e em parceria com familiares. Tem-se que o lúdico é uma linguagem adequada na comunicação com crianças, pertencendo aos seu mundo da vida e garantindo seu assentimento das práticas. E o trabalho em equipe é facilitador de uma comunicação horizontal, participativa e articulada. Aspectos como interação direta com as crianças, com destaque na relação com crianças com deficiência e vítimas de violência; falta de estrutura física e apoio/participação dos profissionais de educação durante as ações; e processo de trabalho fragmentado dificultam a comunicação em saúde. Conclui-se que os significados de comunicação em saúde pautam-se na perspectiva biomédica, norteada pela transmissão de informações, por meio da verticalização da fala, assimetria de poder, temas e ações preventivas de doenças e agravos, e ênfase curativista. Ademais que, apesar do predomínio de situações negativas, a ênfase em comportamentos e as consequências positivos, favoráveis à comunicação em saúde, evidenciam dedicação e esforço de enfermeiros/enfermeiras em parceria com demais envolvidos para superar dificuldades, na perspectiva da potência da comunicação em saúde como uma tecnologia leve presente em todo o processo de trabalho em saúde. Destaca-se que aspectos do agir comunicativo são favoráveis à superação do modelo biomédico na atenção à saúde das crianças, estimuladora da autonomia e maior adesão ao autocuidado promotor de saúde e preventivo de doenças, por meio da interação em linguagem adequada, diálogo embasado cientificamente e livre de imposição de ideias e assimetria de poder, fortalecimento de vínculo entre os diferentes atores, e trabalho em equipe. Aponta-se como limitações do estudo o período turbulento para a enfermagem brasileira. A partir dos resultados, acredita-se que aspectos relativos à formação/capacitação de enfermeiros/enfermeiras e à organização/gestão municipal do Programa precisam favorecer a comunicação em saúde, visando atender integralmente a saúde das crianças na escola. Ainda como contribuição, aponta-se para a possibilidade de ampliação da discussão sobre a comunicação fundamentada no agir comunicativo, para além do Programa, extrapolando para a abordagem de pessoas em diferentes faixas etárias, na Atenção Primária à Saúde, e com outros profissionais de saúde, além de enfermeiros/enfermeiras. |
Abstract: | The child is in a period of life, largely experienced at school, of intense development and very promising for the promotion of healthy lifestyles. Nurses in Brazil have worked in schools since the end of the 19th century, modifying the communicational approach throughout history. The School Health Program stands out, which aims to promote the comprehensive health of children and advocates humanized communication; individual-centered; in partnership with the family and school; based on dialogue, social interaction, respect, understanding, whose teaching-learning generates voluntary movement to adopt healthy habits, promoting health and quality of life, as well as preventing diseases. Communication is a skill of nurses used in health work, a link between education and health and with varied dimensions. As a theoretical reference, it was based on the assumptions of communicative action, by Jürgen Habermas. Therefore, this research aimed to analyze health communication with children at school, according to the perception of nurses from the Family Health Strategy who carry out actions linked to the School Health Program. It is a descriptive study, with a qualitative approach, carried out in a municipality in Triângulo Mineiro, with 29 nurses. For data collection, semi-structured interviews were carried out guided by a validated script, audio recorded and transcribed in full. The first question was aimed at collecting meanings and questions two and three sought to raise Critical Incidents, as a primary data collection technique. Data analysis was based on content analysis. For the interviewees, the meanings of health communication are a light technology materialized in health care, issuing communications and teamwork. From the interviews, 28 situations emerged, of which 18 (64.4%) received negative references and 10 (35.5%) positive ones; 274 behaviors, 201 (73.4%) positive and 73 (26.6%) negative; in addition to 35 consequences that received 28 (80.0%) positive and seven (20.0%) negative. Positive references indicate aspects that facilitate health communication and negative ones, those that make it difficult. The use of ludic and the process of teamwork and in partnership with family members were considered facilitators of health communication. It is clear that ludic is an appropriate language for communicating with children, belonging to their world of life and guaranteeing their consent to the practices. And teamwork facilitates horizontal, participatory and articulated communication. Aspects such as direct interaction with children, with emphasis on relationships with children with disabilities and victims of violence; lack of physical structure and support/participation of education professionals during actions; and fragmented work process make health communication difficult. It is concluded that the meanings of health communication are based on the biomedical perspective, guided by the transmission of information, through the verticalization of speech, asymmetry of power, themes and preventive actions for diseases and injuries, and a curative emphasis. Furthermore, despite the predominance of negative situations, the emphasis on positive behaviors and consequences, favorable to health communication, demonstrate the dedication and effort of nurses in partnership with others involved to overcome difficulties, from the perspective of the power of health communication as a lightweight technology present throughout the healthcare work process. It is noteworthy that aspects of communicative action are favorable to overcoming the biomedical model in children's health care, stimulating autonomy and greater adherence to self-care that promotes health and prevents diseases, through interaction in appropriate language, scientifically based dialogue and free from the imposition of ideas and power asymmetry, strengthening bonds between different actors, and teamwork. The limitations of the study are the turbulent period for Brazilian nursing. Based on the results, it is believed that aspects related to the training of nurses and the organization/municipal management of the Program need to promote health communication, aiming to fully meet the health of children at school. Still as a contribution, it points to the possibility of expanding the discussion on communication based on communicative action, beyond the Program, extrapolating to the approach of people in different age groups, in Primary Health Care, and with other health professionals, in addition to nurses. |
Palavras-chave: | Comunicação em Saúde. Comunicação. Enfermeiras e enfermeiros. Atenção Primária à Saúde. Pesquisa qualitativa. Health Communication. Communication. Nurses. Primary Health Care. Qualitative Research. |
CNPq: | CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::ENFERMAGEM |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Editor: | Universidade Federal do Triângulo Mineiro |
Sigla da Instituição: | UFTM |
metadata.dc.publisher.department: | Instituto de Ciências da Saúde - ICS::Curso de Graduação em Enfermagem |
metadata.dc.publisher.program: | Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Atenção à Saúde |
Tipo de Acesso: | Acesso Aberto |
URI: | http://bdtd.uftm.edu.br/handle/123456789/1708 |
Data do documento: | 22-Fev-2024 |
Aparece nas coleções: | Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Atenção à Saúde |
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