Biblioteca Digital de Teses e Dissertações PÓS-GRADUAÇÃO SCTRICTO SENSU Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação Programa de Pós-Graduação em Psicologia
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dc.creatorMARQUES, Elis Moura-
dc.creator.Latteshttp://lattes.cnpq.br/1616674955974512pt_BR
dc.contributor.advisor1SOUZA, Tatiana Machiavelli Carmo-
dc.contributor.advisor1Latteshttp://lattes.cnpq.br/3120018580121934pt_BR
dc.date.accessioned2025-05-27T20:02:58Z-
dc.date.available2023-10-20-
dc.date.available2025-05-27T20:02:58Z-
dc.date.issued2023-10-20-
dc.identifier.urihttp://bdtd.uftm.edu.br/handle/123456789/1904-
dc.description.resumoA migração forçada venezuelana imputou o deslocamento internacional de mais 7 milhões de pessoas até o final de 2022, sendo que 52% desse grupo são mulheres. Consiste no maior deslocamento da América Latina recente e, nesse contexto, o Brasil tornou-se o quinto destino migratório na região latino-americana. Condições socioeconômicas relacionam-se profundamente em como as famílias se organizam no território brasileiro, e como se articulam para produzir condições de vida, sobretudo, em situação de empobrecimento. Nesse sentido, foram produzidas, como estratégia de enfrentamento da exclusão social, organizações comunitárias nos espaços ocupados das quais as mulheres venezuelanas assumiram o papel de lideranças comunitárias. Historicamente as relações de gênero operam na vida das mulheres produzindo desigualdades sociais e de gênero, asseveradas na intersecção com outros marcadores sociais. Contudo, na experiência da exclusão social, também surge dialeticamente mobilizações de reivindicação, resistência e enfrentamento protagonizado por mulheres. Compreender como as relações familiares e comunitárias estão sendo tecidas nas experiências das mulheres migrantes e refugiadas venezuelanas no Brasil é assumir uma postura feminista interseccional que vislumbra romper com o escamoteamento das opressões vivenciadas por elas. Diante desse cenário e da necessidade de contribuir com a construção de conhecimentos situados, conduziu-se uma pesquisa exploratória qualitativa da qual derivaram dois estudos. O estudo 1 teve como objetivo apreender as vivências coletivas tecidas por mulheres venezuelanas lideranças comunitárias em Boa Vista/RR. O estudo 2, por sua vez, teve como objetivo compreender as vivências das mulheres venezuelanas lideranças comunitárias em Boa Vista/RR, em especial, como as relações familiares estão sendo tecidas frente ao processo migratório. Participaram da pesquisa três mulheres cisgênero venezuelanas que lideram comunidades migrantes venezuelanas em Boa Vista/RR. Para o processo de obtenção das informações foi utilizado um único roteiro de entrevista semiaberto, composto por perguntas relacionadas aos objetivos do estudo 1 e 2. Dentre as questões, foram contemplados o perfil sócio identitário das participantes e suas experiências migratórias, familiares e comunitárias. A interpretação dos dados foi desenvolvida a partir de uma análise construtivo-interpretativa e pautada em uma posição epistemológica feminista interseccional. Identificou-se no estudo 1, que as desigualdades sociais e de gênero operam na articulação das mulheres enquanto lideranças ao dificultar o acesso ao mercado de trabalho e mantê-las majoritariamente nas comunidades, corroborado por sua associação a domesticidade que mobilizou a extensão do trabalho do cuidado familiar para a comunidade. O enfrentamento comunitário protagonizado por elas produziu-se pela necessidade de resistir à exclusão social, articulado a partir de uma relação ética de cuidado, mas também sustentado pelo engendramento das relações de gênero. No estudo 2, identificou-se que as desigualdades sociais e de gênero são intensificadas nas experiências das mulheres venezuelanas ao serem duplamente responsabilizadas pelo trabalho do cuidado familiar e comunitário, produzindo dialeticamente a construção de redes comunitárias e sofrimento psicológico. Os impactos produzidos são engendrados na sobrecarga da gestão exclusiva dos cuidados frente a reduzida rede de apoio característica de contextos migratórios, mas principalmente pela ineficiência do poder público em atuar no enfrentamento das inequidades de gênero e, portanto, das desigualdades sociais.pt_BR
dc.description.abstractVenezuelan forced migration has led to the international displacement of more than 7 million people by the end of 2022, of which 52% are women. It is the largest recent displacement in Latin America and, in this context, Brazil has become the fifth largest migratory destination in the Latin American region. Socio-economic conditions are deeply related to how families organize themselves in Brazil and how they work together to produce living conditions, especially in situations of impoverishment. As a strategy for confronting social exclusion, community organizations have been set up in occupied spaces, in which Venezuelan women have taken on the role of community leaders. Historically, gender relations have operated in women's lives, producing social and gender inequalities, asseverated at the intersection with other social markers. However, in the experience of social exclusion, mobilizations of claim, resistance and confrontation led by women also arise dialectically. Understand how family and community relations are woven into the experiences of Venezuelan migrant and refugee women in Brazil is to take an intersectional feminist stance that aims to break with the concealment of the oppressions they experience. In view of this scenario and the need to contribute to the construction of localized knowledge, a qualitative exploratory study was conducted, from which two studies were derived. Study 1 aimed to understand the collective experiences of Venezuelan women community leaders in Boa Vista/RR. Study 2, in turn, aimed to understand the experiences of Venezuelan women community leaders in Boa Vista/RR, especially how family relationships are being woven in the face of the migration process. Three cisgender Venezuelan women who lead Venezuelan migrant communities in Boa Vista/RR participated in the research. A single semi-open interview script was used to obtain the information, composed of questions related to the study's objectives 1 and 2. The questions included the social and identity profile of the participants and their migratory, family and community experiences. The data was interpreted using a constructive-interpretative analysis and based on an intersectional feminist epistemological position. In study 1, it was identified that social and gender inequalities operate in the articulation of women as leaders by impeding access to the labour market and keeping them mostly in the communities, corroborated by their association with domesticity which mobilized the extension of family care work to the community. The community confrontation they led was produced by the need to resist social exclusion, articulated from an ethical relationship of care, but also sustained by the engendering of gender relations. In study 2, it was identified that social and gender inequalities are intensified in the experiences of Venezuelan women as they are made doubly responsible for family and community care work, dialectically producing the construction of community networks and psychological suffering. The impacts produced are engendered in the overload of exclusive care management in the face of the reduced support network characteristic of migratory contexts, but mainly by the inefficiency of the public authorities in confronting gender inequalities and, therefore, social inequalities.pt_BR
dc.languageporpt_BR
dc.publisherUniversidade Federal do Triângulo Mineiropt_BR
dc.publisher.departmentPró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduaçãopt_BR
dc.publisher.countryBrasilpt_BR
dc.publisher.initialsUFTMpt_BR
dc.publisher.programCurso de Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas - Bioquímica, Fisiologia e Farmacologiapt_BR
dc.rightsAcesso Abertopt_BR
dc.subjectProcessos migratórios.pt_BR
dc.subjectMulheres venezuelanas.pt_BR
dc.subjectRelações de gênero.pt_BR
dc.subjectRelações familiares.pt_BR
dc.subjectRelações comunitárias.pt_BR
dc.subjectMigratory processes.pt_BR
dc.subjectVenezuelan women.pt_BR
dc.subjectGender relations.pt_BR
dc.subjectFamily relations.pt_BR
dc.subjectCommunity relations.pt_BR
dc.subject.cnpqCNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIApt_BR
dc.titleMulheres-venezuelanas-lideranças-comunitárias em Boa Vista-RR: tecendo novos espaços de resistência política e coletivapt_BR
dc.typeDissertaçãopt_BR
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