Biblioteca Digital de Teses e Dissertações PÓS-GRADUAÇÃO SCTRICTO SENSU Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde
Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://bdtd.uftm.edu.br/handle/123456789/2020
Tipo: Dissertação
Título: Caracterização do gene ESR1 em populações nativas da América do Sul
Autor(es): SCUDELER, Mariana Meira
Primeiro Orientador: SOARES, Fernanda Rodrigues
Resumo: Segundo a Organização Mundial de Saúde, o câncer de mama é a primeira ou segunda principal causa de morte entre mulheres em 95% dos países. O estrogênio é considerado um dos fatores de risco associados ao desenvolvimento da doença; é formado principalmente através da ação da enzima aromatase, e sua ação no organismo se dá, em especial, a partir da ligação do hormônio ao receptor de estrogênio ERα, codificado pelo gene ESR1. O gene faz parte da via dos anti-estrógenos, que é alvo dos fármacos inibidores da aromatase, cujo mecanismo de ação visa diminuir a concentração de estrogênio no organismo; no entanto, sabe-se que a resposta a tratamentos pode-se alterar a partir de alguns fatores, dentre eles o perfil genético do paciente. A farmacogenética é área que estuda a associação entre os polimorfismos genéticos e a variabilidade interindividual na resposta a fármacos. Além disso, a ancestralidade é também considerada um fator importante neste contexto, isto porque a frequência de polimorfismos nos genes de interesse farmacogenético se alteram ao se comparar diferentes populações. Contudo, populações como as Nativo-americanas, africanas e miscigenadas são sub-representadas nos estudos genéticos; isso é de extrema relevância ao se considerar que essas diferenças podem levar a implicações clínicas distintas para diferentes populações. Com isso, este trabalho tem como objetivo inferir a ancestralidade genômica subcontinental e as frequências alélicas de variantes do gene ESR1 em 2504 indivíduos de 26 populações ao redor do mundo do Projeto 1000 Genomes e 150 Nativos do Peru, cujos genomas são dados originais ainda não analisados na literatura em relação ao gene. A partir da inferência da ancestralidade e as frequências, realizar análises de regressão e correlação entre tais dados. Os resultados demonstram a separação subcontinental dos componentes africanos, asiáticos, europeus e nativos (W-AFR, E-AFR, W-EAS, E-EAS, SAS, N-EUR, S-EUR, NAT e NAT2). No total, foram encontradas 145 associações (p <0,01), sendo que 73,1% eram positivas. As frequências de 73 variantes clinicamente relevantes foram associadas aos 9 componentes, com destaque aos componentes africanos para os quais foram observadas mais da metade das associações. Em especial, ressalta-se que foi possível observar associações subcontinentais em relação à maioria das variantes associadas aos componentes nativos, asiáticos e europeus. Além disso, observou-se que cerca de metade das variantes estão em regiões intrônicas, frisando a importância de se estudar genomas completos ao invés de exomas. Nossos resultados apontam para a relevância das diferenças subcontinentais para o design de painéis farmacogenéticos e reforçam os perigos de se extrapolar dados genéticos de uma população para outra. No contexto da prática clínica, os resultados de associação entre variantes clinicamente relevantes do ESR1 e os componentes de ancestralidade subcontinental podem ser utilizados para guiar as decisões clínicas sobre um paciente na ausência de seus dados genéticos. A inclusão de populações negligenciadas em estudos genômicos e farmacogenômicos é de suma importância para que o acesso aos avanços científicos seja democrático, tão como a implementação Farmacogenética futuramente seja mais igualitária e eficaz, adequada para as especificidades de cada população.
Abstract: According to the World Health Organization, breast cancer is the first or second leading cause of death among women in 95% of countries. Estrogen is considered to be one of the risk factors associated with the development of the disease; it is formed mainly through the action of the aromatase enzyme, and its action in the organism takes place, in particular, from the hormone's binding to the estrogen receptor ERα, encoded by the ESR1 gene. The gene is part of the anti-estrogen pathway, which is the target of aromatase inhibitor drugs, whose mechanism of action aims to reduce the concentration of estrogen in the body; however, it is known that the response to treatments may be affected by several factors, including the patient's genetic profile. Pharmacogenetics is the field that investigates the association between genetic polymorphisms and inter-individual variability in the response to drugs. Ancestry is also considered an important factor in this context, as the frequency of polymorphisms in genes of pharmacogenetic interest varies when comparing different populations. Nevertheless, Native American, African, and mixed populations are under-represented in genetic studies; this is extremely relevant when considering that these differences can lead to different clinical implications for different populations. Therefore, this study aims to infer the genomic subcontinental ancestry and allele frequencies of ESR1 gene variants in 2504 individuals from 26 populations worldwide from the 1000 Genomes Project and 150 Natives from Peru, whose genomes are original data not yet analyzed in the literature regarding this gene. Regression and correlation analyses between these data were carried out based on the inference of ancestry and frequencies. Our findings demonstrate a subcontinental differentiation of African, Asian, European, and Native components (W-AFR, E-AFR, W-EAS, E-EAS, SAS, N-EUR, S-EUR, NAT, and NAT2). A total of 145 associations were found (p <0.01), 73.1% of which were positive. The frequencies of 73 clinically relevant variants were associated with the nine components, particularly the African components, for which more than half of the associations were observed. In particular, subcontinental associations were observed for most of the variants associated with the native, Asian, and European components. Additionally, it was observed that nearly half the variants are in intronic regions, highlighting the importance of studying whole genomes rather than exomes. These results point to the relevance of subcontinental differences for the design of pharmacogenetic panels and reinforce the dangers of extrapolating genetic data from one population to another. In clinical practice, association results between clinically relevant ESR1 variants and subcontinental ancestry components could be used to guide clinical decisions on a patient in the absence of their own genetic data. Including neglected populations in genomic and pharmacogenomic studies is paramount if access to scientific advances is to be democratic and if pharmacogenetic implementation is to be more egalitarian and effective in the future, tailored to the specificities of each population.
Palavras-chave: Farmacogenética.
Câncer de mama.
ESR1.
Ancestralidade.
Pharmacogenetics.
Breast cancer.
ESR1.
Ancestry.
CNPq: CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::GENETICA
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Sigla da Instituição: UFTM
metadata.dc.publisher.department: Instituto de Ciências da Saúde - ICS::Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde
metadata.dc.publisher.program: Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://bdtd.uftm.edu.br/handle/123456789/2020
Data do documento: 17-Jul-2024
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