Use este identificador para citar ou linkar para este item:
http://bdtd.uftm.edu.br/handle/tede/754
Tipo: | Dissertação |
Título: | Estudo dos fatores de risco cardiometabólicos e da função cardíaca em pacientes com acromegalia |
Título(s) alternativo(s): | Study of cardiometabolic risk factors and cardiac function in patients with acromegalia |
Autor(es): | OLIVEIRA, Marília Matos |
Primeiro Orientador: | BORGES, Maria de Fátima |
metadata.dc.contributor.advisor-co1: | LARA, Beatriz Hallal Jorge |
Resumo: | INTRODUÇÃO: A acromegalia é uma doença rara causada, mais comumente, por um macroadenoma hipofisário secretor de hormônio do crescimento. O diagnóstico é baseado em achados como aumento de extremidades e de partes moles, panhipopituitarismo, sintomas neuro-oftalmológicos e sinais devido à compressão de estruturas adjacentes na medida em que o tumor cresce. Pode ser confirmada pelo aumento das concentrações de GH e fator de crescimento semelhante à insulina 1 (IGF-1), não-supressão de GH durante teste oral de tolerância à glicose (OGTT) e presença de tumor visto pela ressonância magnética da sela túrcica. O tratamento pode ser realizado através de cirurgia, medicamento e/ou radioterapia, com o objetivo de normalizar as concentrações de GH e IGF-1 para reduzir morbimortalidade relacionada à doença. Dentre as complicações associadas à acromegalia, eventos cardiovasculares são as mais frequentes. OBJETIVO: Avaliar a presença e frequência de fatores de risco cardiometabólicos, assim como a estrutura e função cardíaca dos pacientes com acromegalia na Universidade Federal do Triângulo Mineiro. CASUÍSTICA E MÉTODOS: Analisaram-se 19 pacientes com acromegalia, entre 19 e 78 anos (mediana: 58), sendo 12 (63,2%) do sexo masculino e 7 (36,8%) do sexo feminino; 16 voluntários saudáveis foram selecionados como grupo comparativo, entre 24 e 72 anos (mediana: 53), sendo 9 (56,3%) do sexo masculino e 7 (43,8%) do sexo feminino. Marcadores de risco cardiometabólicos clínicos (índice de massa corporal - IMC, Cintura abdominal -CA, pressão arterial sistêmica -PAS) e laboratoriais (concentrações de glicose, hemoglobina glicada – HbA1C, insulina, índice Homa-IR, ácido úrico, homocisteína, perfil lipídico, APO A, APO B) foram determinados, além de concentrações de GH, IGF1, 250H-D e leptina. A função e estrutura do coração foram analisadas (diâmetro da aorta (AO), diâmetro do átrio esquerdo (AE), índice do volume do átrio esquerdo (IVAE), volume diastólico do ventrículo esquerdo (VdVE) e sistólico final do VE (VsVE), fração de ejeção do VE (FE), cálculo de massa do VE [pela fórmula doDEVEREUX, de acordo com a Convenção de Pen (1987)] (IMVE), espessura do septo interventricular (SpVE), septo da parede posterior (PPVE), velocidade inicial do miocárdio/ventrículo esquerdo ao nível do anel mitral (E’), relação da velocidade inicial do fluxo mitral com a velocidade inicial do miocárdio (E/E’) e estudo da valvas cardíacas), além do ecodoppler de carótidas para determinação da espessura da íntima média – EIMC e presença ou não de placas indicativas de aterosclerose. As variáveis do ecocardiograma foram correlacionadas com o tempo presumido de doença e com as concentrações séricas de leptina. RESULTADOS: Segundo IMC, observou-se 14 pacientes com sobrepeso/obesidade (73,7%); 5 pacientes (26,3%) apresentaram diabetes mellitus e 6 (31,6%) pré-diabetes. Hipertensão arterial sistêmica esteve presente em 10 (52,6%) e 8 (42,1%) apresentavam dislipidemia. As médias de IMC, CA, glicemia de jejum, HbA1C e 250H-D foram significativamente maiores entre os acromegálicos em relação aos indivíduos do grupo comparativo. Segundo concentrações de GH e IGF1 foram constituídos dois subgrupos, doença ativa (GH>1ng/mL e IGF1 aumentado) e inativa (GH<1 ng/mL e IGF1 normal). O subgrupo doença inativa apresentou concentrações de homocisteína significativamente maiores do que o grupo comparativo, enquanto que o colesterol total, HDL-colesterol e não-HDL-c colesterol foram significativamente menores no grupo comparativo. EMIC de acromegálicos, doença inativa, foi significativamente maior em relação aos indivíduos do grupo comparativo. Em acromegálicos houve maior frequência de arritmias, valvulopatias, alterações eletrocardiográficas e os achados do ecocardiograma foram sugestivos de miocardiopatia acromegálica, sobretudo o IMVE, significativamente maior em comparação ao grupo comparativo. Análises de correlação demonstraram correlação direta entre IGF-1 e VsVE e entre IGF-1 e DdVE no grupo acromegálico e no subgrupo doença inativa. Os marcadores de risco cardiometabólicos, analisados as concentrações de GH, apresentaram correlação direta e significante apenas com as concentrações de ferritina. Houve também correlação entre leptina e AO, e entre leptina e VsVE no grupo doença ativa. Não houve correlação entre as variáveis ecocardiográficas e o tempo presumido de doença. CONCLUSÃO: Os pacientes acromegálicos apresentaram marcadores clínicos e laboratoriais alterados em relação ao grupo comparativo, expressos por índices de adiposidade aumentados, maior frequência de alterações glicêmicas e lipídicas. Além disso, foram frequentes alterações estruturais cardíacas, quando comparadas ao grupo comparativo, mesmo em indivíduos já tratados e comdoença inativa, justificando o aumento da mortalidade cardiovascular descritos na literatura. Tais dados sugerem ações precoces e preventivas sobre as alterações cardiovasculares mais prevalentes, ao lado do controle hormonal e metabólico. |
Abstract: | TRODUCTION: Acromegaly is a rare disease, most commonly caused by a growth hormone-secreting pituitary macroadenoma. The diagnosis is based on findings such as enlargement of extremities and soft tissues, pan-hypopituitarism, neuroophthalmological symptoms and signs due to compression of adjacent structures as the tumor grows. It can be confirmed by increased concentrations of GH and insulinlike growth factor 1 (IGF-1), non-suppression of GH during oral glucose tolerance test (TOTG), and presence of tumor seen by magnetic resonance imaging of the Túrcica saddle. The treatment can be performed through surgery, medication and/or radiotherapy, with the aim of normalizing GH and IGF-1 concentrations and reducing disease-related morbidity and mortality. Among the complications associated with acromegaly, cardiovascular events are the most frequent. OBJECTIVE: To evaluate the presence and frequency of cardiometabolic risk factors, as well as the cardiac structure and function of patients with acromegaly at the Federal University of Triângulo Mineiro. MATERIAL AND METHODS: A total of 19 patients with acromegaly, aged 19-78 years (median: 58), 12 (63.2%) males and 7 (36.8%) females were analyzed; 16 healthy volunteers were selected as a comparative group, ranging from 24 to 72 years (median: 53), 9 (56.3%) males and 7 (43.8%) females. Clinical cardiometabolic risk markers (body mass index - IMC, Waistline - CA, systemic arterial pressure - PAS) and laboratory (glucose concentrations, glycated hemoglobin - HbA1C, insulin, Homa-IR index, uric acid, homocysteine, lipid profile, APO A, APO B) were determined in addition to concentrations of GH, IGF1, 250H-D and leptin. Heart function and structure were analyzed (aortic diameter (AO), left atrial diameter (AE), left atrial volume index (IVAE), left ventricular diastolic volume (VdVE) and final LV systolic volume (VsVE) , LV ejection fraction (FE), LV mass calculation [by the DEVEREUX formula according to the Pen Convention (1987)] (IMVE), interventricular septum thickness (SpVE), posterior wall septum (PpVE), initial velocity of the myocardium / left ventricle at the level of the mitral annulus (E'), ratio of initial mitral flow velocity with initial myocardial velocity (E/E') and cardiacvalvular study, determination of intima-media thickness - EMIC and presence or absence of plaques indicative of atherosclerosis. The echocardiogram variables were correlated with the presumed disease time and serum leptin concentrations. RESULTS: According to IMC, 14 patients were overweight / obese (73.7%); Five patients (26.3%) had diabetes mellitus and six (31.6%) pre-diabetes. Systemic arterial hypertension was present in 10 (52.6%) and 8 (42.1%) presented dyslipidemia. The mean IMC, CA, fasting glycemia, HbA1C and 250H-D were significantly higher among acromegalics than controls. According to concentrations of GH and IGF1, two subgroups, active disease (GH> 1ng / mL and IGF1 increased) and inactive (GH <1 ng / mL and normal IGF1) were formed. The inactive disease subgroup had significantly higher homocysteine concentrations than the control and total cholesterol, HDL-cholesterol, and non-HDL-c cholesterol groups in the control group. Acromegalic EMIC, inactive disease, was significantly higher in relation to the controls. In acromegalics there was a higher frequency of arrhythmias, valvulopathies, electrocardiographic alterations and echocardiographic findings were suggestive of acromegalic cardiomyopathy, especially IMVE, which was significantly higher in comparison to the comparative group. Correlation analyzes showed a direct correlation between IGF-1 and VsVE and between IGF-1 and VdVE in the acromegalic group and in the inactive disease subgroup. Cardiometabolic risk markers, analyzed for GH concentrations, showed a direct and significant correlation only with ferritin concentrations. There was a correlation between leptin and AO, and between leptin and VsVE in the active disease group. There was no correlation between echocardiographic variables and presumed disease time. CONCLUSION: Acromegalic patients presented altered clinical and laboratory markers in relation to the comparative group, expressed by increased adiposity indexes, higher frequency of glycemic and lipid alterations. In addition, heart structural changes were frequent, in relation to comparative group, even in individuals already treated and with inactive disease, justifying the increase in cardiovascular mortality described in the literature. These data suggest early and preventive actions of the most prevalent cardiovascular alterations, along with hormonal and metabolic control. |
Palavras-chave: | Acromegalia. Metabólico. Cardiovascular. Acromegaly. Metabolic. Cardiovascular. |
CNPq: | Endocrinologia |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Editor: | Universidade Federal do Triângulo Mineiro |
Sigla da Instituição: | UFTM |
metadata.dc.publisher.department: | Instituto de Ciências da Saúde - ICS::Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde |
metadata.dc.publisher.program: | Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde |
Citação: | OLIVEIRA, Marília Matos. Estudo dos fatores de risco cardiometabólicos e da função cardíaca em pacientes com acromegalia. 2019. 157f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde) - Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Uberaba, 2019. |
Tipo de Acesso: | Acesso Aberto |
metadata.dc.rights.uri: | http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/ |
URI: | http://bdtd.uftm.edu.br/handle/tede/754 |
Data do documento: | 11-Mar-2019 |
Aparece nas coleções: | Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde |
Arquivos associados a este item:
Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
---|---|---|---|---|
Dissert Marilia M Oliveira.pdf | Dissert Marilia M Oliveira | 2,46 MB | Adobe PDF | ![]() Visualizar/Abrir |
Este item está licenciada sob uma Licença Creative Commons